sexta-feira, 22 de março de 2013

Pesquisa sobre Filtros


Para ficar mais fácil de observar ou fotografar especialmente em meio as grandes cidades e sua grande iluminação que podem dificultar bastante, foram desenvolvidos filtros, cada um com uma característica específica que podem ajudar a ver diferentes tipos de astros.

O objetivo da maioria destes filtros é deixar passar o comprimento de onda da luz que o astro observado emite tornando assim mais fácil visualizá-lo.

Muitos são chamados de filtros contra a poluição luminosa mas de certo ponto de vista, são assim denominados de forma errônea, pois, as estrelas, os aglomerados globulares e as galáxias, por exemplo, emitem luz em todos os cumprimentos de onda e vão escurecer se vistos através destes filtros, ou seja, não vão retirar apenas a PL (poluição luminosa) e sim deixar passar o espectro para o qual foram fabricados.
Isso pode ser observado inclusive no nome dos filtros que são chamados pelos fabricantes normalmente de filtros nebulares.

Seguem alguns exemplos com suas características:

Narrowband e Broadband

Narrowband significa banda estreita, eles permitem a passagem apenas de uma pequena parte do espectro para o qual foi projetado. Se você quer observar uma nebulosa que tem cumprimento de onda próximo dos 600nm a 700nm utiliza-se o filtro H-Alpha, Lagosta e Pata do Gato por exemplo.

Broadband significa banda larga, o nome já ajuda a ter uma idéia para que serve. Ele permite a passagem dos espectros mais comuns das nebulosas, normalmente é um misto de alguns banda estreita, é menos específico. 

Abaixo segue uma breve explicação sobre alguns dos tipos mais utilizados. 

LRGB 

Esse na verdade não é um filtro apenas e sim um conjunto de 4 filtros utilizado para acrescer coloração as imagens monocromáticas, são eles: 

Luminance (IR) 

Red 

Gren 

Blue 

Espectro:





Visão geral dos filtros: 




Exemplo de conjunto desses filtros: 

UHC 

Ultra High Contrast é um tipo de broadband, mais versátil por abranger mais espectros porém menos eficiente caso se queira ver um objeto em específico. 

Gráfico de um UHC





Órion Skyglow

Semelhante ao UHC 


Órion UltraBlock





É um filtro mais radical que mantém os cumprimentos de onda H Beta e Oxygen III

H Beta

Faixa das nebulosas nebulosa cabeça de cavalo, Cocoon, California por exemplo.
H Alfa

Faixa das já citadas Lagosta e Pata do gato




Oxygen-III

Esse é muito restrito: 



Muito importante citar é que a maioria dos filtros tornam a imagem mais escura portanto não recomendados para observação em pequenas aberturas. Pessoalmente só recomendaria para telescópios de 8 polegadas ou mais, para fotografia vai depender do tempo de exposição e da qualidade ótica. 

Um ótimo site que contém detalhamento sobre vários filtros é o http://www.astronomik.com/, nele você comprarar quais filtros são bons para observação, fotografia com câmeras DSLR, CCD, céu escuro e urbano entre outros. Realmente uma valiosa fonte de informação pois o fabricante detalha de fato o que é bom e o que é ruim para cada situação. 

BAADER UHC-S 

Um outro filtro que descobri recentemente ser muito bom é o Baader UHC-S que permite passar 99% de H-Alpha além de O-III e H-Beta sendo ele não tão estreito é menos radical e permite a utilização em aberturas ou exposições não tão elevadas e não escurece tanto a imagem. Esse pretendo adquirir e postar a experiência. 






Céus limpos!
Renato

segunda-feira, 18 de março de 2013

Primeiros passos em Astrofotografia


Fotografar o céu e mostrar para os amigos os resultados das suas observações é algo que atiça o desejo de muitos astrônomos amadores, o meu também. Enxergar mais longe é o sonho de todo astrônomo, a astrofotografia provê a realização de tal sonho porém a um custo e aprendizado altos. Trabalhar a ótica e captar com precisão não é tarefa fácil e envolve muitos conhecimentos tanto de ótica quanto de equipamentos fotográficos coisa que eu não dispunha de tempo nem dinheiro suficiente nesse início de exploração. Mal sabia a posição dos astros quando mais investir para fotografá-los.

Me deparei com algo que não estava a arcar nesses primeiros momentos de aprendizado, astrofotografia de qualidade É CARA!

Uma boa montagem com um bom refrator apocromático de 66mm por exemplo custa próximo de R$ 6.000,00 reais, fora uma boa câmera para céu profundo ou planetária, autoguiagem, notebook, filtros, etc...

Exemplo de Apocromático Órion:





O custo dessa brincadeira pode facilmente passar dos 10 mil reais. 


O exemplo citado do refrator apocromático é um exemplo relativamente em conta pois há outras opções como os Schimidt Cassegrain que tem uma ótica muito bem trabalhada unindo os mundos da reflexão e das lentes:


Um dos modelos mais usados é o SCT 8” que tem boa abertura e baixo peso segue foto do modelo da celestron:


Porém seu preço também não é fácil de encarar... 

Exemplos de SCT MEADE e Celestron: 

           



Normalmente não se adquire tudo de uma vez e sim aos poucos pois cada equipamento necessita de um aprendizado específico. 

Resolvi deixar para mais tarde e focar nas obsevações até dispor de mais tempo e disposição de gastar alto. Por hora apenas penso em fotografias de planetas, talvez em um local com baixíssima PL tentar nebulosas de grande brilho através do método afocal que é a câmera direto na ocular, método ruim para a maioria dos astros, o método adequado é o sensor direto no telescópio sem ocular, esse chamado de foco primário. 


Segue algumas belíssimas astrofotos de modelos SCT 8":





Exemplo de equipamento para astrofotografia com um setup mais completo esse sim um equipamento de respeito, são várias as marcas envolvidas mas o principal é um tele Takahashi, marca conhecida por sua qualidade excepcional. 






Uma das coisas mais importantes que vi até então é que o telescópio deve ser leve sobre a montagem pois isso traz estabilidade algo fundamental nesse tipo de fotografia. Esse assunto tem muito o que ser dito e mais veremos num próximo tópico, até.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Primeira observação


Minha primeira observação foi Júpiter, naquele dia uma das estrelas mais brilhantes do céu. Com a ocular Órion de 25mm visualizei nitidamente uma grande estrela com quatro pontinhos em volta que são suas luas, mas com a ocular Órion de 10mm vi seu disco já com as faixas de nuvens e suas luas como pontos bem brilhantes, com a de Vixen 6mm a visão também era de um belo disco e suas faixas mas já borrava um pouco e rapidamente saia do campo de visão por conta da minha falta de habilidade de manusear a pequena montagem de mesa. Vi também Betelgeuse e sua coloração vermelha muito bonita. Apontei para outras estrelas mesmo sem saber o nome e vi suas cores azuladas coisas que a olho nú em meio a cidade cheia de PL (Poluição Luminosa) não era possível.


Buscando uma solução para que os planetas não saiam tão rápido do angulo de visão descobri as oculares UWA (Ultra Wide Angle) que além de aproximar tem campo de visão ampliado assim daria para ver mais tempo, o problema foi a demora de 2 meses pra encomendar e chegar. Essas possuem também um bom Eye Relief que traz conforto visual para a observação. Optei por pedir uma de 7mm da Skywatcher que contém 82º de campo e Eys Relief de 12mm. Com esse tamanho consigo 178X no meu telescópio aumento que está pouco abaixo do máximo recomendado que é 180X. Vamos aguardar que realmente chegue.


Foto da Ocular:




No meio tempo queria acompanhar os planetas, pensei também em uma montagem motorizada, procurei bastante pois no Brasil é difícil encontrar equipamentos de alta qualidade e finalmente com o colega Rodrigo Andolfato do CASB (Clube de Astronomia de Brasília) comprei uma EQ-1 motorizada. Agora eu estava mais feliz acompanhando os astros.

Difícil foi aprender a alinhar sendo que nunca fica plenamente perfeito esse alinhamento, segui o tutorial abaixo que mostra que o eixo magnético da bússola não é a mesma coisa do eixo geográfico. 


Link: http://ricardoviscardi.multiply.com/photos/album/41/41# 


Após pequenos estudos consegui achar a nebulosa M42 que fica ao sul das chamadas Três Marias, na verdade o Cinturão de Órion, e triste observei apenas uma nuvem distante e muito tênue dada ao que imaginava na época a poluição luminosa da cidade de Santa Maria DF. 


Segue uma foto de como vi Júpiter aproximadamente com a ocular de maior aproximação que eu tinha no caso a Vixen NPL 6mm a 208X: 





UWA Skywatcher 15mm Mais uma ocular pra coleção mas sem muita surpresa 


Após pesquisar e descobrir as oculares UWA logo quis comprar uma e a única que achei foi a UWA Skywatcher 15mm, ótima qualidade, visivelmente boa pra achar e observar alguns objetos, com uma bela barlow faria diferença mas eu não dispunha na época e fiquei apenas a observar diretamente com ela o que foi uma experiência agradável. Não era tão diferente da Orion 25mm que veio com o telescópio na questão da aproximação mas foi uma oportunidade de ver que as oculares compradas separadamente tendem a ser melhores do que aquelas que vem em telescópios com valores mais baixos. 


Aqui algumas fotos da ocular: 








Curiosidade sobre as oculares padrão do telescópio Órion Mak-Cas 90mm é que com poucas sessões de uso os nomes já estavam desbotando.












Até a próxima caros astrônomos amadores. 
Renato Veras

quinta-feira, 14 de março de 2013

Primeiro telescópio


Desde pequeno sempre gostei de olhar para as estrelas e meu pai me incentivava muito me contanto histórias de como ele no sertão nordestino conseguia enxergar 20 vezes mais estrelas do que na cidade. O desejo de ter um telescópio só aumentava a cada observação a olho nu que fazia.

Depois de muitos anos pesquisando e enrolando bastante para comprar, achei esse pequeno telescópio que me agradou bastante mesmo eu não sabendo de quase nada.

Pensei em simplicidade e portabilidade para ver objetos variados.

Orion Starmax Maksutov Cassegrain 90mm F13.9 1250mm Focal

Base Dobsoniana de mesa (Table Top)

Ocular Orion Ploss 25mm e 10 mm

+ Vixen 6mm comprada a parte do pacote original

Tudo isso me custou aproximadamente R$ 800,00 reais no Armazém do Telescópio.

Se quer sabia o calculo simples para aumento e o aumento máximo recomendado que é a abertura vezes 2 no meu caso 90mm vezes 2 máximo 180X isso em ótimas condições, pouco seeing (tremor atmosférico). Porém já errei na ocular de 6mm que gerava um aumento maior que o recomendável o que pode ser observado pelo cálculo dividindo a distância focal pela ocular ou seja 1250 divido por 6mm dava 208X o que já resultava em imagens ligeiramente borradas.


Depois de solicitada a orientação a colegas mais experientes disseram que o mínimo seria um abertura de 125mm para observar objetos variados além de planetas, agora era tarde, eu tinha que tirar o máximo de proveito do meu 90mm.


Seguem algumas fotos do pequeno Orion:


 




 




 




 

terça-feira, 12 de março de 2013

Diário do Astrônomo Início


Inauguro este blog com o simples intuito de registrar minhas experiências no que chamo mais uma forma de apreciar a natureza. Aqui registrarei detalhes de equipamentos e informações que tive acesso e podem ser úteis para quem também gosta de apreciar e estudar o universo.

Renato Veras