Olá queridos amigos astrônomos, é com prazer que escrevo para relatar meu novo projeto, mantendo é claro o observacional, o estudo das Variable Stars, isso mesmo, estrelas variáveis, mas vocês podem estar se perguntando:
Estrelas variam o quê?
Ou
Para que serve esse estudo?
Seguem breves explicações que podem sanar estas e outras dúvidas sobre esse importante estudo em que os astrônomos amadores há anos contribuem com a ciência.
O motivo da escolha desse tipo de atividade:
Acontece que sempre tive o desejo de contribuir com a ciência que tanto gosto a astronomia, porém nunca tive o desejo de ser um astrônomo profissional até por que é uma escolha de carreira para vida toda, apenas almejava uma maneira de, como amador, realizar estudos científicos e não apenas contemplar o firmamento, algo que sem dúvida adoro fazer, porém desejava uma atividade a mais.
Acontece que sempre tive o desejo de contribuir com a ciência que tanto gosto a astronomia, porém nunca tive o desejo de ser um astrônomo profissional até por que é uma escolha de carreira para vida toda, apenas almejava uma maneira de, como amador, realizar estudos científicos e não apenas contemplar o firmamento, algo que sem dúvida adoro fazer, porém desejava uma atividade a mais.
Me aventurei no projeto Planet Hunters na busca de planetas da sonda Kepler que parou de funcionar em definitivo para esta atividade em 2013 devido a problemas técnicos decorrente de desgastes de peças na sonda. Avaliei o brilho de diversas estrelas para ajudar na busca de planetas, contudo, achei um tanto entediante ficar na frente do computador avaliando gráficos do fotômetro da sonda, no fundo queria algo mais prático e que envolvesse trabalho de campo.
Uma pessoa muito especial detentora de grandes conhecimentos e que me instigou a guiar esforços para essa atividade é um amigo aqui da lista, ao qual prefiro não citar o nome por hora por não ter sua permissão direta de divulgação, mas que fez um relato ao qual me chamou a atenção. Ele fez o que chamamos de aferir o brilho de várias estrelas e escreveu postando na lista de discussão do Casb a http://br.groups.yahoo.com/group/casbnet/. Aquelas medições e nomes estranhos cheios de códigos me foram confusos no início, porém depois de estudar bem pouco percebi que era algo simples e tomei gosto pela atividade. Lembro que escrevi sobre uma das estrelas observadas aqui mesmo no blog:
Desde então passei a me interessar mais e mais sobre o assunto, agora respondendo as perguntas feitas no início desse post.
Estrelas variam o quê?
Basicamente variam o seu brilho, ou como chamamos no ramo, magnitude aparente. Não se trata da cintilação que vemos em algumas estrelas, esta é causada por variações atmosféricas.
Ocorre que muitas estrelas não tem brilho constante e por alguns fatores aumentam e diminuem seu brilho no decorrer de certo período de tempo. Alguns desses fatores são mudanças na composição física ou química da estrela, algumas estrelas pulsam por conta de desequilíbrio entre a gravidade e sua fusão nuclear, passagem de suas estrelas irmãs em trânsito do nosso ponto de vista ou sua gravidade interagindo e mudando a forma entre outros.
Para que serve esse estudo?
Farei uma breve explanação sobre uma das grandes utilidades. Basicamente tem grande serventia no cálculo das distâncias no espaço, existe uma fórmula que usa a variação de brilho para se calcular essas distâncias. No início do século XXI acreditava-se que o universo era reduzido ao tamanho de nossa galáxia, que possui, aproximadamente, 100.000 anos luz de diâmetro e 1000 anos luz de altura, acreditava-se que outras galáxias eram 'nebulosas espirais'. Porém o astrônomo Edwin Hubble fez o estudo das cefeidas, que são um tipo de estrela variável, onde se consegue a distância dos astros, é aí que entram os amadores, para realizar este cálculo foram necessárias as contribuição de 10 astrônomos amadores espalhados pelo mundo que ajudaram com os dados de aferições do brilho de estrelas, estes indispensáveis para os cálculos.
Após esse estudo Hubble chegou a conclusão que a estrela V1 na Galáxia de Andrômeda estava a 1 (um) milhão de anos luz de distância concluindo então que as 'nebulosas espirais' eram na verdade outras galáxias. Depois disso o mundo mudou no ramo dos estudos astronômicos.
Até hoje são feitas milhares de aferições por amadores em todo o mundo e muitos deles reportam para a AAVSO que é a associação americanas de observadores de estrelas variáveis a qual me inscrevi recentemente e enviei minhas primeiras medições.
Vantagens de realizar observações de variáveis:
Uma das grandes vantagens que percebi e que acontecem por consequência da atividade em si é o aprendizado das constelações, do nome das estrelas e de boa parte do funcionamento de muitos astros.
Outra vantagem é a contribuição para a ciência pois frequentemente são solicitados os dados da AAVSO por agências espaciais para cálculos diversificados.
A primeira estrela que encontrei e aferi o brilho foi Eta Aquilae (Eta Aql) na Águia, porém a variação de brilho além de pequena entre 3.48 - 4.39 e o período de dias, apenas 7, também é pequeno dificultando uma comparação entre os dias pois é difícil ter disponibilidade para avaliar em um período tão curto.
Conforme orientações tornei minha primeira estrela variável como Oficial R Scutum (R Sct) que além de possuir grande variação de 4.2 - 8.6 tem bom período para observar de 146.5 dias, ou seja, posso observar e aferir uma vês por mês e, em tese, verei diferenças.
É gratificante encontrar uma estrela através de cartas de busca, aprendendo sobre as constelações e posteriormente encontrar a mesma estrela e perceber como ela mudou. Aumentou de brilho, reduziu ou mesmo com sorte perceber a expansão abrupta que ocorre no caso de Novas que são estrelas que pulsam e aumentam incrivelmente de brilho de maneira repentina.
Para ilustrar um pouco segue uma imagem da Nova Centauri 2013 que foi perceptível a olho nú, reparem o Cruzeiro do Sul no topo da imagem:
Nova Centauri 2013 no APOD
É um exemplo e uma prova clara que o universo muda de forma constante.
Posteriormente escreverei sobre os tipos de variáveis, como imprimir as cartas de busca e como aferir o brilho das estrelas.
Para ilustrar um pouco segue uma imagem da Nova Centauri 2013 que foi perceptível a olho nú, reparem o Cruzeiro do Sul no topo da imagem:
Nova Centauri 2013 no APOD
É um exemplo e uma prova clara que o universo muda de forma constante.
Posteriormente escreverei sobre os tipos de variáveis, como imprimir as cartas de busca e como aferir o brilho das estrelas.
Abraços
Renato
Fontes:
http://www.aavso.org/
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=hubble-fotografa-estrela-mudou-universo
http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/universo.pdf
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=hubble-fotografa-estrela-mudou-universo
http://www.if.ufrgs.br/~fatima/ead/universo.pdf