quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ocular Skywatcher Panorama 7mm

Fiz o pedido da ocular Skywatcher Panorama 7 mm por se encaixar bem no meu atual telescópio que com sua abertura de 90 mm me proporciona até 180 vezes de ampliação com boa qualidade, no caso dessa ocular neste equipamento gera 178 vezes o que coloca o telescópio praticamente no seu limite.

Especificação técnica da ocular:

Desenho: Ultra Wide Angle ou Campo Ultra largo
Elementos: 7
Barril: 1,25"
AFOV (Apparent Field of View ou Campo Aparente de Visualização): 82º
Eye Relief (alívio de olho): 12mm
Preço R$ 380,00

Com essas características minha expectativa com essa aquisição era mirar em um planeta e ele permanecer por muito tempo no campo de visão não necessitando assim de montagem motorizada para observação além é claro da qualidade da imagem gerada melhorar em consideração as oculares padrão que vem na maioria dos telescópios.

Resultados na observação, meu alvos eram Lua, Júpiter, Saturno, estrelas duplas como Alfa Centauro e Acrux e aglometados como M41 no Cão Maior e NGC4755 (Caixa de Jóias). Num primeiro momento as nuvens atrapalharam ver Júpiter e Saturno. A Lua mesmo com algumas nuvens foi possível ver nitidamente várias de suas crateras, como a lua era minguante nas bordas se vê muito bem as elevações devido a sombra gerar contraste no terreno, excelente visão da Lua, crateras muito visíveis e grande riqueza de detalhes.

Alfa Centauro tem duas estrelas facilmente visíveis, nessa noite estavam bem próximas e com pouca dificuldade consegui focar ambas, uma maior e outra menor quase tocando uma na outra.

Acrux é visível até com um bom binóculo a 10x de ampliação, uma estrela grande e outra bem menor com boa distância entre ambas e foco muito fácil de conseguir, brilho forte, belíssimas.

Aglomerados M41 e Caixa de Jóias, é aqui que essa ocular tem seus contras, ela escurece muito a imagem devido creio eu a quantidade de elementos. É possível ver apenas as estrelas mais brilhantes dos aglomerados.

Essa ocular não é aconselhada  para objetos de céu profundo onde menos vidro é mais aconselhável, ela serve mais para objetos brilhantes como lua, planetas e estrelas duplas em condições de céu transparente.
Telescópios de pouca abertura também sofrem com a redução no brilho que a ocular gera portanto é necessário boa abertura com pelo menos 125mm.

Outro fator interessante de ser citado é seu peso que é elevado e em telescópios de pequeno porte chega a desbalancear o tubo. Ela possui um anel central que ao ser movido ergue um anel de proteção contra luzes parasitas que ajuda muito na observação em grandes cidades.

Seguem algumas imagens da ocular e de como aproximadamente se vê alguns astros nela:

Skywatcher na mão sendo visível seu anel central que ao ser girado sobe a proteção de luzes parasitas:


Visão em detalhes da ocular:


Júpiter em ótimas condições de visual:



Saturno também em ótimas condições de visual:


Futuramente irei testar essa ocular em um refletor 8" e postarei os resultados.

Atualização:

Recentemente testei a ocular citada em um Schimidt Cassegrain de 8" da Meade em montagem tipo garfo e os resultados não poderiam ser mais animadores.

Devido a grande razão focal de 2 metros o resultado foram 285 vezes de ampliação trazendo Saturno tão próximo que pude observar 3 de suas luas, a divisão de Cassini e o disco do planeta através da divisão. Nitidamente as faixas de tempestade estavam presentes fora o planeta ficar em torno de 20 a 25 segundos no campo da ocular sem nenhuma motorização ligada. Realmente a ocular se mostrou um produto de ótima qualidade e é minha melhor ocular até o momento.

Até a próxima amigos.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Fascínio sobre apenas uma estrela Mira Ceti

Essa estrela é muito interessante e desperta a curiosidade daqueles que a estudam, trata-se de uma gigante vermelha pulsante e variável na constelação da Baleia (Cetus).

Imagem da constelação da Baleia (Cetus):



Estrelas variáveis são aquelas que aumentam e diminuem seu brilho, no caso de Mira ela aumenta literalmente seu tamanho tornando mais ou menos brilhantes conforme seu tamanho aumenta e diminui.
Foi descoberta pelo alemão David Faber antes da invenção do telescópio, provável que em seu pico de maior brilho, que reparou posteriormente que a estrela não estava mais visível e no decorrer de onze meses foi novamente observável.
Mira A tem aproximadamente 700 vezes o diâmetro do nosso Sol e orbita em conjunto com Mira B que é uma Anã Branca.

Segue abaixo uma concepção artística de ambas as estrelas:




Uma das maiores curiosidades sobre Mira A é que em suas variações ela expulsa grande quantidade de material em forma de gás e poeira cósmica. Esse material é atraído por sua companheira Mira B formando um arco de transferência de material no espaço que foi captado pela Nasa através de fotografia ultra violeta realizada com o telescópio espacial GALEX (Galaxy Evolution Explorer).
Mira B tem em sua volta um disco de acreção formado pelo material expulo da gigante vermelha.

Veja a imagem captada pelo GALEX:


Clique na imagem para ver melhor.

Mira A e B ficam a aproximadamente 420 anos luz e são afastadas uma da outra uma vez e meia a distância entre o SOL e Plutão.

É fascinante observar Mira A em épocas diferentes do ano e perceber sua mudança de magnitude que vai de 2, quando é visível a olho nu, até 10, brilho esse que necessita de telescópio para ser visualizado.

Mira A está no fim da vida, sendo uma gigante vermelha em breve explodirá expulsando todo o seu material e formando uma nebulosa planetária restando apenas outra anã branca como Mira B.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Artista retrata cidades escurecidas e estreladas, sem 'poluição' da luz


Foram exibidas recentemente algumas belíssimas imagens do artista Thierry Cohen na galeria Danziger em Nova York de como seriam algumas cidades caso não houvessem as luzes urbanas, é realmente impressionante como o céu seria diferente, na verdade parece outro céu pois as luzes urbanas além de ofuscarem nossa visão bloqueiam a luz proveniente do espaço. Para evitar tal fator é interessante o uso de filtros nebulares mas o ideal mesmo é fugir da cidade e observar de um local em área rural com o céu bem escuro.

Seguem algumas imagens:

Los Angeles


Paris


Hong Kong


São Paulo


Rio de Janeiro


São Francisco


Shangai


Tokyo


Segue o link do site oficial do artista que tem mais imagens:

http://thierrycohen.com/

Vamos esperar que ele faça ainda mais.

Uma ótima semana amigos.

Renato Veras

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Relato Observacional 31/03/2013

Finalmente depois de meses com céu fechado, as nuvens resolveram dar uma trégua e liberar a visão para o belo céu de Brasília. 

Agora munido de maior conhecimento de alguns locais onde há objetos interessantes a ser apreciados pude observar com mais propriedade e não apenas olhar Júpiter e suas luas como vinha fazendo.Também estava de posse de minha nova ocular Skywatcher Panorama 7mm, que por sinal é muito boa para ver planetas e objetos de grande brilho, pena Júpiter não estar presente na hora, pois estava encoberto por uma nuvem. 

O primeiro alvo foi Alfa Centauro que lendo descobri ser um trio de estrelas, visíveis apenas Centauri A e B, queria vê-las bem definidas e pela primeira vez na vida tive o prazer de observar estrelas irmãs, uma maior e outra menor bem próximas. Curiosamente ao forçar o foco não consegui pontos perfeitos, as estrelas apresentavam halos em volta, por mais que eu tentasse focar os halos lá estavam. A colimação estava muito boa, ajustada por um colimador tipo Cheshire e Star Test bem redondo. 

Próximo alvo eram quaisquer estrelas do cruzeiro do sul, comecei pelo pé da cruz vendo Acrux e para minha surpresa vi também duas belíssimas estrelas bem próximas, se tratando de outro trio onde duas são muito visíveis A1 e A2. Ali por perto do cruzeiro procurei o aglomerado Caixinha de Jóias, e sem demoras ao lado um pouco abaixo da Mimosa, estrela da esquerda do cruzeiro, fui agraciado com a bela visão de suas estrelas aglomeradas, invisível a olho nú, da cidade não via absolutamente nada, mas no telescópio com apenas 90mm eram várias as estrelas nítidas e brilhantes. 

Após meu irmão ter me perguntado o nome de uma estrela extremamente brilhante desafiando meus poucos conhecimentos, eu não soube responder, pesquisei no programa para Android Mobile Observatory e vi se tratar simplesmente de Sirius da constelação do Cão Maior. Após vê-la fui apontando o telescópio aleatoriamente para algumas estrelas próximas e por acaso encontrei o aglomerado M41, majestoso, mais parecia uma cidade no céu. 

Para finalizar apontei para a Lua com e sem o filtro lunar 13% da GSO, creio que por conta da lua não estar próxima do zênite a coloração amarelada se mostrou presente com o filtro, o excesso de brilho é retirado dando maior conforto para ver seus detalhes. Tentarei novamente quando ela estiver mais próxima ao zênite.  

Seguem algumas imagens dos objetos observados nesse dia: 

Alfa Centauro A e B




Acrux Pé da cruz no Cruzeiro do Sul




M41 na constelação do Cão Maior




NGC 4755 mais conhecida como Caixa de Jóias em uma excelente visão amadora, comparem o mesmo “objeto” abaixo visto na visão da Nasa...





Caixa de Jóia na visão da Nasa: 





Por hora fico por aqui, essa noite foi muito proveitosa, até a próxima amigos.


Renato

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Novo Foco Observação


Com foco agora na observação e munido de orientação experiente de amigos do CASB (Clube de Astronomia de Brasília) comecei minha busca por abertura a baixo custo, lembrando que abertura é demasiadamente importante, muito mais que aumento, afinal como gerar grandes aumentos se captar pouca luz, ainda mais para observação que é em tempo real e não um sensor captando minutos de luz como é o caso da astrofotografia.

Normalmente aqueles que procuram equipamento nessa linha de raciocínio quase sempre encontram um Newtoniano em base Dobsoniana.

Veja abaixo alguns exemplos:

Inicialmente encontrei disponível no site Armazém do Telescópio o seguinte modelo:



Trata-se de um Skywatcher 203mm, base dobsoniana e tubo retrátil que facilita o transporte. Mas após perguntar para alguns colegas mais experientes, me disseram que toda vez que for usar precisa de colimação (alinhamento dos espelhos) e que depois de muito uso as presilhas das hastes não prenderiam ele perfeitamente e seriam instáveis o que me fez desistir da idéia. 

Partindo para novas pesquisas cheguei ao GSO 203mm que tem boa qualidade e focalizador com micro foco como o da imagem abaixo: 



Porém depois de muito procurar simplesmente não achei a venda no Brasil, teria que encomendar para não se sabe quando chegar. Infelizmente os astrônomos amadores brasileiros sofrem com a falta de opções para compra.

Então pela falta de opção acabei encomendado um Skywatcher 203mm de abertura, 1200 distância focal FD/5.9 que parece ter boa qualidade, vem com uma ocular Super Plossl 25mm e uma Plossl 10mm que virou padrão de oculares que acompanham telescópios desse gênero. 

Outra vantagem desse modelo sobre o retrátil anteriormente citado é a possibilidade futura de adaptá-lo a uma montagem equatorial computadorizada para astrofotografia, coisa que no retrátil não vejo possibilidade. 


Segue imagem do modelo: 








O modelo newtoniano é mais simples de se construir e a base dobsoniana é feita de madeira com pouca tecnologia envolvida, essa simplicidade reduz drasticamente os custos.

No fundo o que eu realmente queria era um Meade TrusTube 203mm. Ele é feito com hastes porém num projeto muito diferente, onde tem 3 pares de astes e cada par é instalado em forma de triângulo e aparafusadas o que proporciona montagens estáveis utilizada em telescópios muito maiores do que esse inclusive. 




Difícil é trazer para o Brasil, a única que descobri até agora que importa é a astroshop.com.br que não respondem e-mail tem tempo, tem que ligar pra loja no Rio de Janeiro para obter informações.

É importante lembrar que esse equipamento que tem um porte grande e não é tão aconselhável para certos perfis de pessoas como, por exemplo, é difícil trabalhar com eles em apartamentos, não dá pra levar um desses em qualquer viagem, não cabem em qualquer porta malas.

Portanto antes de comprar deve-se avaliar o quanto será utilizado e se outro não seria mais adequado para cada perfil.

É melhor ter um equipamento mediano e leve que se vai utilizar sempre que quiser, do que um poderoso e pesado que só vai ficar pegando poeira.

Agora só resta aguardar o Skywatcher 203mm encomendado para junho e fazer os testes, quando chegar posto os resultados iniciais obtidos, até o próximo post.